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Conversa entre amigos, ensinando a jogar

  • Emerson Silva
  • 25 de ago. de 2016
  • 3 min de leitura

A roda de conversa em uma aula de esporte pode ter papel importante no desenvolvimento do planejamento do professor. Através dela pode-se registrar momentos fundamentais para o processo de avaliação de cada aula, e ajustes das estratégias utilizadas no decorrer de sua sequência didática. O professor pode utilizar a roda no início da aula, para retomar os conteúdos aprendidos, e assim organizar juntamente com elas como pode ser dado os próximos passos na construção do jogo/aula. Nesse momento o professor pode estabelecer uma discussão com o grupo para a resolução dos conflitos que irão surgir, além de discussão e adaptação das regras do jogo, tudo de forma democrática e em comum acordo com toda a turma. E ainda ao final da aula, a roda pode servir para uma breve avaliação com o grupo, sobre o que funcionou bem, o que pode ser mudado para as próximas aulas, e também para o professor se auto avaliar.

Uma boa roda de conversa durante uma aula de esporte, pode ser um instrumento que auxilia o professor a ensinar para além do esporte, pois estes momentos, instituídos ou não podem levar os alunos a estabelecer espaços de discussões, resolução de situação problema, construção de novas estratégias de jogo, de convivência em grupo, desenvolvendo assim a capacidade de pensar, agir e se relacionar. Neste espaço, o professor deve constituir elementos para desenvolver as capacidades cognitiva e afetivo sociais nas crianças, estimulando o “aprender a aprender, o aprender a ser e a conviver”. Neste sentido, o jogar pode se constituir em um espaço fundamental no planejamento do professor, pois esta ação traz para as crianças a possibilidade de resolver situações problemas e conflitos, para que assim, possam buscar novas estratégias e novas aprendizagens ao tentar solucioná-las. ENTENDENDO UMA BOA RODA DE CONVERSA

A roda de conversa na educação das crianças deve ser entendida como um espaço de partilha, e de confronto de ideias, onde cada um é desafiado a participar do processo, podendo expressar suas ideias, emitir suas opiniões na sua forma de ver o mundo. Proporcionando também a elas, o exercício da responsabilidade individual e coletiva, aproveitando esse momento para estabelecer regras e metas, e também um momento de administração e solução de problemas e conflitos. Através dela as crianças aprendem que todas as vozes têm uma chance de serem ouvidas, que nenhuma opinião tem mais peso do que a outra, e que tem o poder de decidir o que ocorre em sua classe; (...) praticam o respeito e a cooperação mútua enquanto trabalham juntas, escutam umas às outras, trocam opiniões, negociam problemas e votam para tomar decisões que afetam todo o grupo, e também promovem o desenvolvimento geral do raciocínio e inteligência (...) e a construção do conhecimento em uma variedade de conteúdos (DeVries & Zan, 1998, apud Lopes et. al.). Observamos então que a roda de conversa deve ser um espaço de democracia, onde a fala e a escuta são os principais instrumentos de participação, sendo assim, torna-se um espaço desafiante para o professor realizar a intervenção, pois ao mesmo tempo em que ele coordena a conversa, ele desempenha um papel de participante igual ao das crianças, sem imposição de ideias, ou mesmo a de frear as ideias delas. O bate-papo pode acontecer em momentos diferentes entre uma aula e outra, em que deve ser pensado pelo educador como um recurso pedagógico que gere nas crianças: pensamento, concepção de mundo, ação e posicionamento diante da realidade. Podemos descrever estes momentos como: INSTITUÍDOS: Que acontece dentro do processo de planejamento do educador, e seu objetivo é a construção de ideias em torno do tema proposto na unidade didática. É o momento de desafiar as crianças a se apropriar da proposta de trabalho, problematizando questões que vão surgindo sobre os temas apresentados pelo educador, que deve sempre se preocupar em não manipular as ideias construídas. EXIGIDOS: São aqueles momentos caracterizados pelo surgimento de tensões no grupo através dos conflitos que aparecem no decorrer do processo. Então o professor como mediador, deve propor uma conversa para confrontar a situação e acolher a contribuição de cada um, que podem emitir seu descontentamento, suas ideias e seus desejos, e assim discutir como resolver estas questões.

O educador deve compreender que a criança precisa “participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feita, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história” (Freire, 1991).

Essa liberdade e a oportunidade de se pronunciar em grupo, é que provoca na criança uma motivação, e a melhora da sua autoestima, fazendo-a se sentir parte integrante de seu ambiente social, cultivando valores de solidariedade, amor, amizade, respeito às diferenças, senso crítico, e o aprendizado dos direitos e deveres, tornando-se mais autônoma, fator importante para o desenvolvimento do indivíduo enquanto parte de uma sociedade, para que assim, elas possam compreender a importância do exercício democrático.

 
 
 

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