Reflexões acerca da preparação do profissional de Educação Física

Anderson Meira
1 de set. de 2016
3 min de leitura

site: CREF-13

O estágio é uma experiência para o acadêmico evoluir e aprimorar os conhecimentos vivenciados na faculdade, tendo como objetivo a realização das horas obrigatórias estagiadas, sendo possível analisar a postura do professor supervisor do estágio com seus alunos, analisar os comportamentos dos alunos, e a realização das atividades executadas. Tem-se também a oportunidade de observar como é a aplicação das teorias que aprendemos durante o nosso estado dentro da faculdade. Dentro deste contexto temos vários aspectos que podem ser considerados pontos negativos e positivos. O primeiro ponto negativo que destaco pode ocorrer na preparação do graduando, é o fator teórico, o meio acadêmico muitas vezes enfoca somente na teoria esquecendo-se da prática, prejudicando no crescimento do profissional e até mesmo no desenvolvimento dos seus futuros alunos, já que, este professor não teve nenhuma base prática vivenciada. Se faz necessário para uma maior compatibilidade de ideias, a construção conjunta das atividades do professor com os seus alunos. A abertura desta proximidade no ambiente escolar colabora na absorção de conhecimento e igualdade entre professor-alunado. Os pontos positivos podem ser numerosos, mas o primórdio de ter vivenciado a prática e a teoria, unificando as duas numa só concepção do indivíduo, resulta no crescimento e evolução profissional, no ato de saber lidar com os seus alunos, nas escolhas de atividades, e até mesmo na decisão se de fato quer atuar como professor de Educação Física na escola e fora dela, já que há um enorme leque de possibilidades deste da área, partindo do treinamento esportivo até o leito escolar para o profissional de educação física. A disciplina não pode ser vista e nem tratada isoladamente, sendo necessário uma interdisciplinaridade com as outras áreas, importante processo na troca de saberes, já que o esporte se pauta de uma atividade coletiva, como uma forma de socialização, porque não fazer uso de seu respectivo ensino na hora de ensinar algum exercício de Física, Matemática ou até mesmo estudar História, Geografia por meio do processo histórico, político e ideológico presente nesse mundo esportivo, quebrar este distanciamento, em que se tem “cada um no seu quadrado” quando se pode ter tudo em um único processo. Dois estágios e suas múltiplas vivências O estágio obrigatório na vida do educando proporciona inúmeras experiências. Para os novos profissionais que estão lendo este relato, na minha primeira aula de estágio tive muita dificuldade por não saber lidar com as crianças, a primeira impressão que se tem desse momento é assustador porque tudo é novo, e você terá que lidar com situações práticas nas quais nenhuma Universidade te preparará. O que se vê nas escolas não é a prática do esporte, pelo menos em sua maioria, é apenas o cumprimento de horas na tentativa de preencher lacunas de uma disciplina obrigatória. Entende-se que muitos profissionais são barrados pela própria gestão escolar, mas ainda sim, percebe-se que alguns professores de Educação Física não demonstram interesse na preparação de suas aulas. Talvez isso seja em decorrência a falta de investimento do Estado e Município, no oferecimento de cursos de capacitação para os profissionais da área.

Arquivo pessoal

Uma outra ressalva é a importância do estágio não obrigatório. Através da minha segunda experiência no Centro de Referência Esportiva Três Lagoas, um outro espaço, voltado para a comunidade, pude perceber que a teoria estudada na faculdade sobre esporte educacional não era totalmente completa diante da realidade. Foi neste espaço que presencie um dos momentos mais marcantes do meu estágio, o desenvolvimento de práticas inclusivas por parte dos alunos. No projeto CRE são oferecidos cursos de capacitação, em que pude evoluir do conhecimento que já tinha sobre esporte educacional. Percebi também que, quando em contato com os alunos é preciso transpor para a realidade deles, e é a partir deste momento que o lado educador aparece.